Curaçau tornou-se o menor país do mundo, em termos de população e área, a conseguir a qualificação para a fase final de um Mundial de Futebol. Com apenas 155 mil habitantes e uma área de 444 km², esta nação caribenha, situada a 55 km da costa da Venezuela, garantiu a sua presença no Mundial de 2026, que se realizará nos Estados Unidos, Canadá e México. O país é agora o quarto estreante na competição, juntando-se a Uzbequistão, Jordânia e Cabo Verde.
Na madrugada de terça-feira, a seleção de Curaçau empatou 0-0 com a Jamaica em Kingston, o que lhe permitiu terminar na liderança do Grupo B da Concacaf, com um total de 12 pontos, à frente dos Reggae Boyz, que agora terão de disputar um play-off. Após o jogo, Gilbert Martina, presidente da Federação de Futebol de Curaçau, expressou a sua emoção: “Depois de 21 anos, conseguimos finalizar o nosso projeto mundialista que começou em 2004. É uma sensação muito bonita e é dedicado a todos os curaçauenses que estão em todo o mundo. Somos pequenos em tamanho, mas grandes de alma e coração.”
Martina não mostrou preferência por adversários na fase final, afirmando que “já ganhamos o nosso Mundial”. O capitão da seleção, Leandro Bacuna, também partilhou a sua felicidade: “Estamos muito felizes, isto significa muito para nós. Lutámos muito nos últimos 15 anos para estar aqui, merecemos.”
O sucesso de Curaçau deve-se em parte ao envolvimento de Patrick Kluivert, antigo internacional neerlandês. Após a sua carreira, Kluivert decidiu ajudar o futebol do país onde nasceu a sua mãe, Lidwina Kluivert. Ele incentivou jogadores com raízes em Curaçau a representar a seleção, o que resultou na convocação de atletas como Leandro Bacuna e outros que têm ligações a clubes europeus.
Curiosamente, todos os jogadores que participaram na qualificação nasceram nos Países Baixos, tornando-se o primeiro país a estar num Mundial com uma seleção composta exclusivamente por jogadores nascidos fora do seu território. Dick Advocaat, um experiente treinador neerlandês de 78 anos, também desempenhou um papel crucial neste apuramento, mesmo não estando presente no jogo decisivo.
Curaçau agora aguarda com expectativa o sorteio dos grupos do Mundial de 2026, onde espera fazer história. Leia também: “A trajetória de Curaçau rumo ao Mundial: desafios e conquistas”.
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Fonte: Sapo Desporto